quarta-feira, 22 de maio de 2013

EUCARISTIA - Fonte e Ápice da Vida da Igreja

"A Eucaristia é o coração e o ápice da vida da Igreja - diz o Catecismo - pois nela Cristo associa sua Igreja e todos os seus membros a Seu sacrifício de louvor e de ação de graças oferecido uma vez por todas na cruz a seu Pai; pelo seu sacrifício ele derrama as graças da salvação sobre seu corpo, que é a Igreja" (CIC 1407).

Na missa, ensina o Catecismo, "é Cristo mesmo, sumo sacerdote eterno da nova aliança, que agindo pelo ministério dos sacerdotes, oferece o sacrifício eucarístico. E é também o mesmo Cristo, realmente presente sob as espécies do pão e do vinho, que é a oferenda do Sacrifício Eucarístico" (CIC 1410).
Quem quer receber a Cristo na comunhão eucarística não pode ter, em consciência, algum pecado mortal. Será preciso confessar antes.
"É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente" (CIC 1859). Isto é, uma inflação grave à lei de Deus, cometida de maneira consciente e livre.
A matéria grave, ensina o Catecismo, que é precisada pelos dez mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: "Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe" (Mc 10,19), (CIC 1858).

O meio mais poderoso para nossa santificação é a Comunhão com Jesus na Eucaristia. Por ela nos unimos com o "Santo", e somos nele transformados. Assim como o ferro, no fogo, vai assumindo a cor deste, pela Comunhão vão assumindo a "imagem e semelhança" do Senhor.
A Eucaristia é o alimento espiritual de nossa caminhada para Deus.
No Antigo Testamento ela foi prefigurada pelo maná que alimentou o povo de Deus por quarenta anos, a caminho da Terra Prometida. (Ex 8,2-16). Esse maná era apenas uma figura do verdadeiro "pão vivo descido do Céu", quem comer "viverá eternamente" (Jo 6,51).
No discurso da Eucaristia, que Jesus proferiu na sinagoga de Cafarnaum, ele deixou claro:
"Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós".
Se não temos a vida em Jesus sem a Eucaristia, muito menos poderemos ter a santidade, pois esta é exatamente a consequência da participação da vida divina.
"Porque a minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida"
Assim como o corpo não pode ter vida sem comida e sem bebida, da mesma forma a alma não tem a vida eterna sem a Eucaristia, sem o Corpo ressuscitado de Jesus.
No discurso de Jesus há uma promessa maravilhosa:
"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele".
Jesus, na última Ceia, insistiu com os discípulos: "Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tão pouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, essa dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer" (Jo 15, 1-5).
No final Jesus contempla dizendo:
"Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos".
Essas palavras mostram que o "fundamental" na vida cristã, é "permanecer" em Jesus, a fim de que possamos dar frutos, que glorificam o Pai.
Para que pudessemos, então, "permanecer nele", ele nos deixou a Eucaristia, o maior de todos os milagres do seu amor por nós.
O seu próprio Ser nos é dado, corpo, sangue, alma e divindade. É o próprio Jesus ressuscitado que vem a cada um de nós.
Seu Corpo se funde ao nosso, sua Alma se une à nossa, seu Sangue se mistura com o nosso, e sua Divindade se junta à nossa humanidade. Não pode haver união mais íntima e mais intensa na face da terra. É o amado (Jesus) que vai em busca da sua amada (nossa alma) para unir-se a ela. O amor exige a união. E nessa união Ele nos santifica.
"Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei" (Mt 11,28).

A maneira mais fácil de acolher esse convite amoroso do Senhor é na Eucaristia.
"Não os quero despedir em jejum para que não desfaleçam no caminho" (Mt 15,32), Jesus disse aos seus discípulos, sobre aquela multidão faminta que o seguia a três dias pelo deserto, e por isso fez o milagre da multiplicação dos pães. Agora Ele "multiplica" o seu próprio Corpo para que não desfaleçamos na caminhada dura desta vida até a Casa do pai. Sem dúvida, a multiplicação dos pães, foi um grande milagre que prefigurava a Eucaristia distribuída a cada um de nós.
A comunhão nos preserva do pior de todos os males que é o pecado. O Concílio de Trento (1545-1563) afirma qie é "remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas(...) e preservados do pecado mortal".

O Papa Inocêncio III afirmou: "Jesus Cristo com a sua paixão nos livrou do poder do pecado, mas com a Eucaristia nos livra do poder de pecar".
É por essas razões que São Francisco de Sales afirmava: "Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem na perfeição, e os imperfeitos para chegarem à perfeição".
Santa Teresa confirma isso dizendo que: "Não há meio melhor para ser chegar à perfeição".
São Bernardo garantia que: "A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente".
São Tomás afirmava que: "A Comunhão destrói a tentação do demônio".
São Vicente Ferrer chegava a dizer que: "Há mais proveito na Eucaristia que em uma semana de jejum a pão e água".
São João Crisóstomo dizia que ela: "Dá-nos uma grande inclinação para a virtude, uma grande paz e torna mais fácil o caminho para a santificação".
São João de Ávila dizia que é "tempo de ganhar muitas graças" 
Santa Teresa afirma: "Ele não costuma pagar mal a hospedagem, se o recebemos bem".
Santa Maria Madalena de Piazzi dizia que: "é o tempo mais apropriado para crescer no amor de Deus".
Àqueles que não querem comungar, por se acharem indignos, Santo Afonso de Ligório diz: "Menos digno te tornarás, pois serás mais fraco e cairás mais" E ensinava que "as faltas, quando não plenamente voluntárias, não impedem a comunhão".

Ninguém é digno de receber a Eucaristia, mas é o amor de Jesus que quer que o recebamos. O amor de Jesus por nós, exige que ele se dê a nós.
Assim, o importante são as "disposições convenientes", que segundo Santo Afonso precisamos ter
 para fazer uma boa comunhão com Jesus:

- Estar em estado de graça;
- querer ser santo;
- desejar crescer no amor de Jesus;
- fazer meditação frequente;
- mortificar os sentidos e as paixões;
- fazer a ação de graças após a comunhão, e querer ser de Deus.

Todos os santos amaram profundamente a Eucaristia. Muitos permaneciam longas horas diante do sacrário adorando Jesus.
São João Bosco dizia que se quisermos receber muitas graças, devemos visitar muitas vezes Jesus no sacrário; se quisermos receber poucas graças, devemos ir poucas vezes; e se não quisermos receber graça alguma, basta não ir visitá-lo nunca! É por isso que hoje, depois que tomamos consciência dessa enorme verdade, façamos o possível para entrar numa igreja, para estar diante do Santíssimo Sacramento.
Chiara Lubic, fundadora dos Folcolarianos, disse certa vez: "Enquanto existir um sacrário, não terei solidão".
É preciso desejar receber Jesus. É preciso querer estar com Jesus.
São Gregório Nazianzeno dizia que: "Este pão do céu requer-se que se tenha fome. Ele quer ser desejado."
Santo Agostinho dizia que: "Ele se esconde porque quer ser procurado."

É preciso preparar-se para receber Jesus. E a melhor preparação, na hora de recebê-lo, é entregar o coração a Nossa Senhora, para que ela o prepare com as disposições necessárias. Já que não somos dignos de receber o seu Filho, deixemos que ela cubra o nosso coração com a sua presença tão amável.
É pelo preparo do aposento que se conhece o amor de quem acolhe o seu amado, dizia Santa Tereza.
Após a comunhão é muito importante o tempo que a Igreja chama de "ação de graças". É o tempo de adoração, intercessão e súplicas que se segue. É tempo de graças!
Sem grande amor e devoção a Jesus eucarístico, a santidade é muito difícil, senão impossível. Ele, disse São paulo, é o autor e o consumador de nossa fé (Hb 12,2), e é Ele que opera em nós o querer e o fazer. (Fl 2,13).
Fonte: Sede Santos - Prof.Felipe Aquino.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Fotos I Bienal do Livro Católico

Igreja: Casa da Iniciação e lugar da Palavra.

" O conhecimento profundo e vivencial das Escrituras é um tempo muito rico e lugar privilegiado de encontro com Cristo, onde cada pessoa é iniciada na contemplação da vida à luz da palavra de Deus" DAp.247.

Vamos recordar aqui um dos momentos maravilhosos que vivemos em nossa Arquidiocese, quando em 2012, a Comissão da Iniciação para a Vida Cristã, reuniu toda a Catequese de todos os Vicariatos num encontro de Partilha, Fraternidade e Unidade da Palavra de Deus. Vale a pena relembrarmos.

Onde? - No Rincão do Senhor em São Gonçalo - Quando? - 2012.

O que?  - Teatro, Encenações, Gincana Bíblica, Homenagens a autores, Danças, Bandas, Maquetes, Jogos, Sala de leitura, etc.

Para quem? - Para Jesus.







































Pela Comissão Arquidiocesana da Iniciação para a Vida Cristã.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

RECEBEI O ESPÍRITO SANTO - PENTECOSTES

O dom do Espírito Santo

Cinquenta dias depois da Páscoa, os cristãos são convocados a celebrar uma festa que marca o amadurecer do tempo pascal e abre um tempo que chamamos de comum, no qual vivemos a vida do Espírito.
Deus é Uno e Trino. Uno na Divindade e Trino nas Pessoas.
Toda ação de cada Pessoa da Trindade tem sua atribuição de ser uma ação de Deus, porque todas as três Pessoas estão presentes, agindo junto a cada Pessoa.
Por isso, o Espírito Santo não está presente só em Pentecostes.
Já na criação do mundo, o Espírito de Deus pairava sobre as águas para que gerassem vida (Gn 1,2). Está presente na história do povo de Deus. Ele falou pelos profetas.
É Ele que fecunda o seio de Maria (Lc 1,35), mantém viva a esperança como em Simeão (Lc 2,25), unge Jesus no Batismo (Lc 3,22), e o conduz em sua missão (Lc 4,1).
No dia de Pentecostes, unido à Páscoa de Jesus, o Espírito vem sobre os discípulos, unidos a Maria no Cenáculo, e abre as fontes do coração de Deus para que a graça da redenção fecunde todo o universo.
A manifestação do Espírito, terceira Pessoa da Santíssima Trindade, faz-nos conhecer a face do Deus único que é vida e se comunica.
Jesus soprou sobre os discípulos (Jo 20,22), como Deus soprara sobre o homem feito do barro para que tornasse alma vivente (Gn 2,7).
É a nova criação. Cria homens novos à imagem do Filho. Estando de portas fechadas recebem o Espírito. Abrem as portas e anunciam o Ressuscitado.
O Espírito modifica o coração dos discípulos de medrosos para ardorosos anunciadores.
Jesus os instruíra: "Quando o Espírito vier, ele vos conduzirá à verdade plena" (Jo 16,13).
A missão do Espírito é nos colocar em comunhão com a Trindade.
Ele é o amor de Deus que jorra abundante para a vida, como dissera: "de seu seio jorrarão rios de água vida. Ele falava do Espírito que deveriam receber os que nele cressem" (Jo 7,37-39).

Santificais vossa Igreja

O corpo de Cristo, a Igreja, é composto de muitos membros. É o Espírito quem faz a coesão (unidade). A Igreja não é simplesmente uma estrutura social, mas um mistério com Cristo. Mistério no sentido de que o que era em Cristo agora age nela e por ela.
Por isso a santidade da Igreja está no seu Redentor, que a purificou e a fez bela para Deus.(Ap 21,2).
O Espírito liberta a Igreja das cadeias do mal e a fortalece na fragilidade. O Espírito segue a Igreja em todos os caminhos, desde suas celebrações até sua implantação no meio dos novos povos.
Vivemos o tempo do Espírito que é breve, o Esposo sempre chama sua esposa: Vem! (Ap 22,17).
O Espírito nos leva a acolher as graças da redenção através dela (Igreja) que é seu sacramento.
Em cada sacramento, no momento da epiclese (invocação do Espírito Santo), a Igreja O recebe e O comunica para que a graça continue agindo.
Ele a envia em missão a todos os povos como no dia de Pentecostes.

Espírito para o Bem-Comum

Participamos da vida e missão de Cristo como colaboradores do Espírito, unidos a Ele que habita em nós como um templo (1Cor 3,16).
Estar cheio do Espírito Santo é ter a disposição de agir pelo Evangelho.
O Espírito distribui os dons para a ação comum.
Agir no Evangelho é colocar em ação os dons que recebemos.
Deste modo podemos ter a capacidade de dialogar com todo tipo de pessoas e realidades para o crescimento do Corpo de Cristo.
O único modo de crescer é sair de si para Deus entrar.
fonte: Reflexões e Sugestões Litúrgicas.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

PREPARAÇÃO PARA A CONFIRMAÇÃO E A EUCARISTIA DE ADULTO QUE, BATIZADOS NA INFÂNCIA, NÃO RECEBERAM A DEVIDA CATEQUESE

As seguintes sugestões pastorais referem-se aos adultos batizados na infância que não receberam depois a devida catequese e por isso não foram admitidos à Confirmação e à Eucaristia. Podem, contudo, ser aplicadas a casos semelhantes, principalmente de adulto batizado em perigo ou em artigo de morte.
Embora esses adultos não tenham ainda ouvido o anúncio do mistério de Cristo, sua situação não é igual à dos catecúmenos, porque já foram introduzidos na Igreja e se tornaram filhos de Deus pelo Batismo. Sua conversão se fundamenta, portanto, nesse Batismo recebido, cuja graça devem fazer crescer.

Como para os catecúmenos, a preparação desses adultos requer um tempo prolongado, no qual a fé infusa no Batismo deve crescer, chegar à maturidade e enraizar-se profundamente mediante a formação pastoral que lhes é dada. É preciso que sua vida cristã lance raízes por meio dos ensinamentos recebidos, da conveniente catequese, do relacionamento com a comunidade dos fiéis e da participação em alguns ritos litúrgicos.

O currículo da catequese corresponde de ordinário ao dos catecúmenos; na sua aplicação, porém, o sacerdote, diácono ou catequista considere as condições peculiares dos adultos que já receberam o Batismo.

Do mesmo modo que os catecúmenos, também esses adultos sejam ajudados pela caridade fraterna e pela oração da comunidade dos fiéis, que darão testemunho de sua idoneidade quando se tratar de admiti-los aos sacramentos.

Os adultos são apresentados à comunidade por um introdutor. No tempo da formação cada um escolhe, com a aprovação do sacerdote, um padrinho que o acompanhará como representante da comunidade e terá em relação a ele as mesmas funções que o padrinho em relação ao catecúmeno. O padrinho escolhido nessa ocasião poderá ser o mesmo do Batismo, se for realmente capaz de exercer essas funções.

O tempo de preparação é santificado por atos litúrgicos, sendo o primeiro o rito pelo qual os adultos são recebidos na comunidade e tomam consciência de ser seus membros por já possuírem o caráter batismal.

Daí em diante participarão da liturgia da Palavra, não só nas celebrações da assembleia dos fiéis como nas que se destinam especialmente aos catecúmenos.

Para significar a ação de Deus nesse processo de preparação, podem ser utilizados alguns ritos do catecumenato que correspondam à situação e ao bem espiritual desses adultos, como as entregas dos Símbolos, da Oração do Senhor ou também dos Evangelhos.

O tempo de catequese seja adequadamente inserido no ano litúrgico, sobretudo quanto à última parte, que de ordinário se ajustará à Quaresma. Reúnam-se nesse período para as celebrações penitenciais que conduzem ao sacramento da Penitência.

O ponto alto de toda a formação será normalmente a Vigília da Páscoa, em que os adultos professarão a fé batismal, receberão o sacramento Confirmação e participarão da Eucaristia. Se a Confirmação não puder ser dada na própria Vigília Pascal, pela ausência do Bispo ou do ministro extraordinário, seja ministrada quanto antes e, na medida do possível, no tempo pascal.

Os adultos completarão sua formação cristã e integração na comunidade vivendo com os recém-batizados o tempo da mistagogia.
Fonte: Ritual da Iniciação Cristã de Adultos

segunda-feira, 6 de maio de 2013

INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

Ritos e Sacramentos Paróquia Sto Antonio-Covanca-SG
Iniciação para a vida cristã.

A iniciação cristã, que inclui o Querigma, é a maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e iniciá-lo no discipulado. Dá-nos, também, a oportunidade de fortalecer a unidade dos três sacramentos da iniciação, e aprofundar o rico sentido deles.

A iniciação cristã, refere-se à primeira iniciação nos mistérios da fé, seja na forma do catecumenato batismal para os não batizados, seja na forma do catecumenato pós-batismal para os batizados não suficientemente catequisados. Esse catecumenato está intimamente unido aos sacramentos da iniciação: batismo, confirmação e eucaristia, celebrados solenemente na Vigília Pascal. Teríamos que distinguir, portanto, de outros processos catequéticos e formativos que podem ter a iniciação cristã como base.

Propostas para a iniciação cristã.

Desenvolver em nossas comunidades um processo de iniciação na vida cristã que comece pelo Querigma e que, guiado pela Palavra de Deus, conduza a um encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo, perfeito Deus, perfeito Homem, experimentado como plenitude da humanidade e que leve à conversão, ao seguimento em uma comunidade eclesial e a um amadurecimento de fé na prática dos sacramentos, do serviço e da missão.

Recordamos que o caminho de formação do cristão, na tradição mais antiga da Igreja, "teve sempre caráter de experiência, na qual era determinante o encontro vivo e persuasivo com Cristo, anunciado por autênticas testemunhas" (SC 64). Trata-se de uma experiência que introduz o cristão numa profunda e feliz celebração dos sacramentos, com toda a riqueza de seus sinais. Desse modo, a vida vem se transformando progressivamente pelos santos mistérios que se celebram, capacitando o cristão a transformar o mundo. Isso é o que se chama "catequese mistagógica".

Se discípulo é dom destinado a crescer. A iniciação cristã dá a possibilidade de uma aprendizagem gradual no conhecimento, no amor e no seguimento de Cristo. Dessa forma, ela forja a identidade cristã com as convicções fundamentais e acompanha a busca do sentido da vida. É necessário assumir a dinâmica catequética da iniciação cristã. Uma comunidade que assume a iniciação cristã renova sua vida comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes pastorais por parte dos bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas e agentes de pastoral.

Como características do discípulo, indicadas pela iniciação cristã, destacamos: 

- que tenha como centro a pessoa de Jesus Cristo, nosso Salvador e plenitude de nossa humanidade, fonte de toda maturidade humana e cristã;
- que tenha espírito de oração, seja amante da Palavra, pratique a confissão frequente e participe da Eucaristia;
- que insira cordialmente na comunidade eclesial e social, seja solidário no amor e fervoroso missionário.

A paróquia precisa ser o lugar onde se assegure a iniciação cristã e terá tarefas irrenunciáveis:

- iniciar a vida cristã os adultos batizados e não suficientemente evangelizados;
- educar na fé as crianças batizadas em um processo que as leve a completar sua iniciação cristã;
- iniciar os não batizados que, havendo escutado o querigma, querem abraçar a fé. Nessa tarefa, o estudo e a assimilação do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos é referência necessária e apoio seguro.

Assumir a iniciação cristã exige não só uma renovação de modalidade catequética da paróquia. Propomos que o processo catequético de formação adotado pela Igreja para a iniciação cristã seja assumido como a maneira ordinária e indispensável de introdução na vida cristã e como a catequese básica e fundamental. Depois, virá a catequese permanente que continua o processo de amadurecimento da fé; nela se deve incorporar o discernimento vocacional e a iluminação para projetos pessoais de vida.

Fonte: Documento de Aparecida, (DA n n: 286-294).
SC: Sacrosanctum Concilium